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Os riscos da previdência social e a importância de construir a própria reserva financeira

Renato Bernhoeft escreve sobre a situação dos futuros aposentados e o que é preciso fazer para manter o padrão de vida na terceira idade

Uma das crises que já está presente na vida dos brasileiros, e cujas perspectivas tendem a se agravar, é o tema da previdência. O persistente aumento dos índices de longevidade – algo a ser comemorado como uma conquista da humanidade – paralelamente à redução do índice de natalidade, deve ser olhado com muita atenção tanto pelos jovens que estão hoje entrando no mercado de trabalho, e, de forma especial, pelos que se encontram na meia-idade.


Segundo estudos recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a previdência social tem, no momento, menos de dois contribuintes por beneficiário. E, mais grave ainda, a perspectiva para 2051 é de que haverá mais segurados do que contribuintes para o sistema.


Colocando em números absolutos, a estimativa é de que o total de beneficiários da aposentadoria, da pensão por morte e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) cresceria do patamar de 31,4 milhões, em 2022, para 61,2 milhões, em 2051, e alcançaria 66,4 milhões em 2060, ou seja, mais que dobraria no intervalo de quase quatro décadas. Já o número projetado para o índice de contribuintes da Previdência passaria de um total de 61,8 milhões, em 2022, para 60,6 milhões, em 2051, e 57,2 milhões, em 2060.


Segundo os pesquisadores Rogério Nagamine e Graziela Ansiliero, as causas não se devem exclusivamente ao envelhecimento da população, mas também à redução do número de contribuintes, devido à informalidade, ao desemprego e à inatividade.


Outro aspecto para o qual os pesquisadores alertam é de que será necessário um aumento da contribuição feita por empregados e empregadores, que era de 32,2%, em 2022, devendo chegar a 73,6%, em 2060.


Entre os vários encaminhamentos em estudo podemos destacar a equiparação da idade de aposentadoria entre homens e mulheres, estímulo ao aumento da natalidade acompanhada da ampliação do tempo de afastamento por gravidez, além do estímulo ao trabalho formal, em contrapartida à informalidade.


Quando analisamos esse quadro na perspectiva individual, fica claro que deverá haver um maior esforço de cada cidadão em iniciar, desde muito cedo, a constituir uma reserva financeira para manter, no mínimo, seu padrão de vida. Ou seja, a educação financeira deve, a cada dia, ser incluída no currículo das escolas desde muito cedo. E também os pais deverão orientar seus filhos a criar fontes de renda para maior autonomia financeira dentro da estrutura familiar.


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