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Os segredos da continuidade das famílias empresárias

Atualizado: 12 de mar.

Estudo europeu mostra o que famílias empresárias centenárias têm em comum – e como é possível aplicar essas lições


1. Família, família – negócios à parte


Todas as famílias empresárias se deparam com decisões em que se questionam: o que deveria vir em primeiro lugar – família ou empresa? Na fase do fundador o negócio ocupa a maioria das atenções e energias. Nas gerações posteriores, a centralidade da empresa tende a se dissipar, muitos fundadores adotam a postura do “não quero que passem pelo que eu passei”, nem todos os membros familiares cultivam a vocação para a carreira executiva no negócio original, e os interesses, e projetos de vida, naturalmente, vão se diversificando.


As famílias empresárias que atravessam gerações superam esse dilema quando compreendem como sua principal responsabilidade: gerar valor, tanto para seus acionistas, como para seu entorno. E isso se dá pelo desenvolvimento de negócios e empresas sólidas, lucrativas, com foco em gerar progresso e crescimento de longo prazo.


Esse objetivo se coloca acima do atendimento às necessidades individuais ou desejos somente do âmbito pessoal ou familiar, envolve um comprometimento pela responsabilidade do papel que ocupam. É a premissa de tornar-se uma família empresária – um projeto que exige preparo, desenvolvimento contínuo, comprometimento e responsabilidade de todos os seus membros, em dar continuidade ao legado, ainda que, não seja para atuação exclusiva na gestão.


Compreender que somente existimos como família empresária, se tivermos negócios e investimentos bem-sucedidos, é um passo que traz uma clareza de propósito essencial. Uma prioridade que faz com que a gestão dos objetivos e dinâmicas familiares, continue sendo uma frente importante de desenvolvimento, mas esteja a serviço da criação de valor dos negócios.


Solucionar esse ponto envolve desenvolver uma visão de caráter societário, valorizando resultados, o que pode levar a soluções radicais, como mudança de setores de atuação, venda de alguns negócios ou a reconcentração das ações em determinados núcleos familiares. A governança é um instrumento fundamental para apoiar esse processo, que passa a contar com instâncias para permitir a expressão das ideias e preocupações dos membros familiares no papel de sócios, para que uma visão unificada seja definida e transmitida para os executivos.


Por fim, colocar a perpetuação do patrimônio em primeiro lugar, pode levar a decisões não óbvias, o que a família empresária italiana Falck fez algumas vezes, ao longo de sua existência.


Nos anos 90, os descendentes do fundador venderam o negócio de siderurgia, criado em 1906. Em 2022, a família saiu de seu negócio principal, uma empresa de energia renovável listada na Bolsa de Milão, para adotar uma visão de longo prazo como família empresária investidora em variados negócios.



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