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UM NOVO EXECUTIVO NA CORPORAÇÃO INTANGÍVEL

Renato Bernhoeft fala sobre a ascensão do 'capitalismo intangível': o sucesso das empresas vai ser medido muito mais pela capacitação de seus funcionários do que por investimentos de negócios

A probabilidade de que os efeitos da Pandemia se prolonguem ainda por muitos anos tem merecido análises e pesquisas em nível mundial. De forma especial na economia, sociedade e mundo corporativo.


Segundo um significativo número de estudiosos, estamos a cada novo dia, ingressando em uma “sociedade do aprendizado”, ou seja, onde as organizações mais bem sucedidas investem muito mais naquilo que tem sido chamado também de “capitalismo intangível”.


Considerando o século XIX, e retrocedendo 25 anos, é possível constatar que as empresas investiam, prioritariamente, em infraestrutura física e em maquinário. Entretanto, no último quarto de século, os investimentos nos ativos, conhecidos como intangíveis – propriedade intelectual, inovação, capital humano, pesquisa, software, dados e análise, capital de marca além de qualificação gerencial e da mão de obra – aumentaram significativamente.


Recente pesquisa da consultoria McKinsey Global Institute (MGI) detectou que em 2019, os intangíveis respondiam por 40% de todos os investimentos nos Estados Unidos e em dez economias da Europa, representando um crescimento de 29% em relação a 1995. E o crescimento foi maior ainda depois do surgimento da Pandemia.


E ainda numa análise de outras pesquisas, aparece como significativa indicadora, que esta tendência aponta fortemente para o surgimento de um novo modelo de capitalismo, no qual o sucesso das empresas vai ser medido muito mais pelo seu corpo de funcionários e sua respectiva capacitação. Em detrimento dos investimentos em equipamentos, produtos ou serviços.


Um exemplo mencionado é a determinação da Amazon, que em 2019 anunciou investir US$ 700 milhões ao longo de seis anos para ampliar e inovar, no treinamento de 100 mil funcionários.


Outros ainda afirmam de que a economia digitalizada, desmaterializada, já está entre nós, e que seu crescimento, e propagação, é irrefreável.


Também nos governos este novo quadro tem impacto. Deverão se concentrar muito mais na educação com Internet e tecnologias em geral, ampliando os investimentos púbicos em planejamento urbano e ciências de maneira geral.


Observando este panorama fica evidente de que os executivos que pretendam fazer carreira de sucesso neste universo de mudanças, deverão também assumir sua responsabilidade de aprendizagem constante.


Será cada dia mais importante que os profissionais invistam, permanentemente, no seu processo de autodesenvolvimento.


E educação e formação profissional, a cada dia, se tornam muito menos um processo obtido, exclusivamente, nas escolas, cursos e mundo acadêmico. O próprio indivíduo deve assumir o papel de responsável pelo seu desenvolvimento e atualização.


Fica aqui registrada esta provocação. E principalmente de que esta não é uma exigência do futuro. Mas algo que já está presente no mundo corporativo, econômico e social.

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