O aumento dos índices de longevidade, tanto no Brasil como em todo o mundo, está fazendo emergir uma nova clientela, com expectativas e demandas muito amplas e específicas.
Estamos nos referindo ao que tem sido caracterizado como 50+, público esse que apresenta um perfil muito particular de necessidades e para as quais o mercado precisa estar preparado para atender.
Já não nos referimos, de forma bastante limitada, apenas aos asilos – expressão já considerada obsoleta -, ou outros modelos de residências, condomínios, imóveis adaptados, e tantas outras modalidades de acolhimento de idosos.
O que pretendemos explorar nesta crônica é o quanto toda esta mudança de perfil e demandas dos idosos representa uma clara oportunidade para novos empreendedores que também surgem no mercado de consumo.
Segundo Layla Vallias, cofundadora do movimento Hype 50+, especializada no consumidor maduro, foi criada inclusive uma expressão específica para este população, chamada de “Geração prateada”.
Segundo a consultoria Tsunami Latam, já é possível registrar cinco categorias de produtos que os idosos adquirem pelos sistemas de ‘e-commerce’.
São eles 30% de eletrônicos; 38,4% de medicamentos; 34,2% de alimentos e bebidas; 33,7% roupas e acessórios; 33,2% eletrodomésticos e 32,1% de utensílios para a casa.
Do ponto de vista quantitativo o Mercado Livre concluiu que em boa parte da América Latina, já neste ano de 2022, o público acima de 65 anos é composto por uma população de 21 milhões de pessoas. No Brasil os cálculos são de 16% da população, o que corresponde a 34 milhões de habitantes. Que movimentam R$ 1,6 trilhão por ano.
O grande desafio tem sido entender o perfil desta população para um atendimento de qualidade levando em conta suas reais expectativas. Afinal, é uma população que mantém um poder de consumo acima da média. E que se fortaleceu depois do surgimento da pandemia.
Ao olharmos a perspectiva de atendimento presencial também é possível perceber uma ampliação de demandas ainda não atendidas.
Aqui vale ressaltar algumas demandas que já apresentam características de crescimento.
Cuidadores de idosos; imóveis e condomínios adaptados com características específicas; turismo; transporte; entretenimento; educação; tecnologia devidamente focada nesta população; espetáculos; livros; educação financeira; publicações em geral; produtos de beleza; móveis; artigos esportivos; animais de estimação; etc.
Por outro lado também tem aumentado o número e perfil dos idosos conectados eletronicamente.
Na área de saúde já existem alguns produtos/serviços que procuram acompanhar estas novas demandas. Robôs; centro médico virtual; botões antipânico; fisioterapia e elevadores devidamente adaptados.
Concluindo, sem esgotar o tema, fica aqui uma provocação para novos empreendedores aguçarem sua visão, sem preconceitos, para este crescente público. Afinal, já se constata de que na mesma medida que aumenta a longevidade, também tem diminuído os índices de natalidade. Na Alemanha se fala em geração 4/2/1. Ou seja, quatro avós; dois pais e um filho/neto.
Fica aqui apenas uma provocação digna de foco e cuidados. E também uma nova oportunidade de consumo.
Vale pensar.
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