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APRENDIZADOS DA FAMÍLIA EMPRESÁRIA 2018 – CREDIT BRASIL

Desde 2010 a höft homenageia famílias empresárias que se destacam no planejamento e estruturação de seus processos de continuidade. A família Catenacci é uma delas!

Compartilhamos aqui parte dessa história com algumas inspirações: os desafios da transição de pai pra filho na gestão, e a estruturação da governança familiar, societária e corporativa.

Boa leitura!



CLAREZA DE PAPÉIS

Governança estruturada facilita convívio e crescimento


Após 34 anos de carreira no mercado financeiro, Antonio Catenacci decidiu que era o momento de montar o próprio negócio. Após pesquisar o mercado, decidiu manter-se na área em que tinha expertise. “Concluí que eu tinha de fazer o que eu sabia fazer, que era lidar com crédito”, recorda. Em 1996, abriu a Credit Brasil, em um pequeno escritório, com quatro funcionários.


Em 2005, o filho Gustavo, começou a se aproximar da empresa. Catenacci orientou o filho recém-formado em administração a buscar uma experiência no mercado. “Queria que ele sentisse o que era ser empregado e como era trabalhar num ambiente desafiador”, conta. Após um ano e meio em um banco, Gustavo retornou com planos arrojados de crescimento. Para isso, a Credit Brasil precisaria acentuar seu processo de profissionalização. “Aumentamos os controles, investimos em TI, implantamos processos mais consistentes de governança. A empresa tinha tudo isso. Como era pequena, os processos eram eficientes, mas insuficientes para enfrentar o nosso desafio de crescimento”, explica.


A Credit Brasil experimentou crescimento significativo. Hoje tem 140 funcionários. Mas, para chegar a esse ponto, Catenacci considera que o cuidado com a questão da governança foi fundamental. “Antes havia muita confusão. Eu sempre fui o executivo maior do meu negócio. A partir de um momento, estabelecemos que o Gustavo assumiria a área executiva junto com outro diretor e eu iria para o conselho de administração. Eu usava o chapéu de dono, o de executivo, o de pai. Durante três anos surgiram conflitos”, conta. A solução se deu em duas frentes: um trabalho de governança familiar e outro de governança corporativa.


Em 2013, foi criado um Conselho de Família, com os quatro integrantes do núcleo Catenacci, o fundador, sua esposa, o filho que atua na gestão, e a filha que se tornará sócia, com reuniões a cada trimestre. Seguindo a premissa de consolidar a mudança todos os familiares, participaram de programas de formação para compreender os distintos papéis, as necessidades de formação e desenvolvimento para o papel de sócios, e o funcionamento de um sistema de governança com boa comunicação e prestação de contas.


Na sequência, começaram os trabalhos de estruturação da governança corporativa, que formalizou o Conselho de Administração. “Com a constituição de um Conselho conforme manda o figurino, as coisas ficaram muito claras. Antes havia conflitos por interferência minha no executivo, o pessoal do executivo muitas vezes deveria buscar deliberação no conselho e isso também não acontecia”, observa. Atualmente o Conselho de Administração é composto por quatro membros: Catenacci, como presidente do conselho; Gustavo, presidente da empresa; um conselheiro independente e um conselheiro investidor. Eles se reúnem mensalmente para monitorar resultados, acompanhar a implantação dos planos de gestão, debater desempenho e perspectivas de futuro.


“A governança, no nível corporativo e no nível familiar, ficou facilitada. As coisas se encaixaram, cada um passou a saber perfeitamente até onde vão as suas atribuições, as suas responsabilidades, as suas alçadas”, conta Catenacci.

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