Desde 2010 a höft homenageia famílias empresárias que se destacam no planejamento e estruturação de sua continuidade.
A família empresária Nakaya é uma delas!
Cada história compartilhada tem como objetivo trazer inspirações, alternativas e aprendizados, que apoiem a construção da continuidade.
Várias décadas de história e o sucesso da Sakura nos trazem: a estruturação de encontros de família como ponte para a reconectar o papel dos acionistas, criando o alicerce de futuro como família empresária.
Boa leitura
RECEITA DE FAMÍLIA
Conscientização e adesão são ingredientes para perenidade do negócio
Vindo da província de Ehime, no sudoeste do Japão, Suekichi Nakaya funda a Sakura Nakaya Alimentos em outubro de 1940, em São Paulo. Quase dez anos depois, seu irmão, Hidekazu, também começa a produzir shoyu no interior de São Paulo. E assim os dois crescem em paralelo atendendo às necessidades de um número cada vez maior de imigrantes, e desenvolvendo uma cultura gastronômica que alcançaria também o público brasileiro.
Na década de 1970, há um salto de crescimento, as duas operações se fundiram e, após investir na aquisição de tecnologia e na compra de equipamentos japoneses, acontece uma grande diversificação da linha de produtos. Atualmente, a empresa conta com um portfólio de mais de 300 itens, fabricados em quatro plantas industriais – três no Estado de São Paulo (capital, Presidente Prudente e Boituva) e uma na cidade de Ouvidor, em Goiás.
Com integrantes da segunda e terceira gerações presentes na gestão dos negócios, a preocupação com a perenidade mobilizou as lideranças da empresa. “As primeiras movimentações aconteceram no segundo semestre de 2011, com a participação em eventos sobre governança corporativa ou sobre governança para empresas familiares. Desde sempre tive curiosidade em questionar como as empresas familiares construíram seus modelos de gestão, quais as lições que deveríamos aprender e quais os erros que poderíamos evitar”, relembra Roberto Ohara, um dos diretores da empresa e membro da terceira geração. Diante da relevância dos temas, foi natural a busca por alternativas a serem apresentadas aos sócios “procurando demonstrar como estes temas eram fundamentais em um projeto de perpetuidade da empresa”, explica.
Embora o assunto fosse novidade para muitos dos participantes, ele foi acolhido e a primeira reunião específica aconteceu em maio de 2012. Para a construção do Protocolo Societário, foi constituído um grupo de 11 pessoas, denominado Conselho Familiar Societário (CFS). O CFS abrigou gestores familiares, acionistas familiares e membros das distintas gerações. “Inicialmente, desenvolveu-se um trabalho educativo, com a apresentação e discussão de conceitos”, conta Roberto. Sob a liderança do CFS, o desenvolvimento do protocolo levou cerca de 3,5 anos de trabalho, sendo o primeiro documento assinado em fevereiro de 2015. “Pessoalmente, acredito que o maior aprendizado é a formação de um processo de apresentação de temas relevantes e de discussão desses temas, por um colegiado de pessoas composto por sócios executivos e não executivos. Esta estrutura de governança, até então inexistente, permanece ativa até hoje e é muito valorizada pelos sócios”, afirma.
Além do Conselho Familiar Societário, outra estrutura de governança é a Reunião de Sócios, um fórum que foi renovado com o objetivo de manter conexão e transparência entre familiares gestores e acionistas. “Já existia, mas foi alterada na sua frequência e no seu conteúdo, muito em função do amadurecimento que as discussões no âmbito do CFS proporcionaram a todos”, relata Roberto.
Dentre os momentos marcantes nesse processo, ele destaca os primeiros Encontros de Família, com a presença de membros das três gerações, de todos os núcleos familiares, quando foi assinado o Protocolo Societário, apresentação formal dos negócios, e diversas atividades de integração. Além deste encontros, Roberto ressalta as oportunidades de troca de experiências com outras famílias empresárias. “Foram bastante importantes e, de certa maneira, até emocionantes. A possibilidade de compartilhar histórias de luta e de sucesso foram muito enriquecedoras”, observa. •
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