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Grupo Açotubo - DNA forte como aço

Meio século depois da fundação do Grupo Açotubo, família Bassi consolida transição de gerações preservando seus valores

A trajetória da família Bassi e do Grupo Açotubo é uma história de empreendedorismo que se renovou ao longo do tempo. E o mais importante: a cada passo, preservando os valores familiares e disseminando sua cultura para centenas de pessoas.


O Grupo Açotubo completou 50 anos em 2024, mas sua história começa muito antes. No final dos anos 60, fortes geadas e pragas nas lavouras do interior do Paraná fizeram com que a família Bassi deixasse a vida rural e migrasse para São Paulo. Os irmãos Luiz, Ribamar e Wilson, juntamente com suas irmãs Denir, Edna e Maria, atuaram no varejo de tecidos, venderam frutas em feiras públicas, abriram uma banca de jornais, buscando crescer a cada passo. Era preciso, acima de tudo, empreender para conquistar o pão de cada dia.


A história muda novamente quando Wilson, o irmão mais novo da família, trabalhando como office boy em uma revendedora de aços, ficou sabendo que a empresa precisaria de capital para continuar no mercado. Ao comentar com Luiz, o irmão mais velho, decidiram se arriscar, juntando todas as economias ele adquiriu uma primeira parcela de participação no negócio.


Foi então que em 1974, nascia a Açotubo, como uma revenda de aços e tubos de carbono. “Foi um sonho da família toda”, lembra Wilson. “Que não tinha muito dinheiro, mas estava muito unida para fazer acontecer”, afirma. Um pedido de 110kg foi o pontapé inicial de um desenvolvimento de décadas, em que clientes cada vez maiores foram sendo conquistados. Sempre com trabalho duro e uma gestão muito pé no chão. “Nunca fomos de dar salto maior que a perna. Sempre investimos tudo na empresa, sem vaidade pessoal. Focamos em crescer com nossas forças e superar as crises, em vez de ter carrão, mansão, helicóptero”, lembra Ribamar.


O foco sempre foi enriquecer a empresa, não os fundadores. “Sempre quisemos: empresa rica e sócio pobre, não o contrário”, conta. Tanto que os três irmãos moram no mesmo prédio há décadas – a 2a geração nasceu e cresceu em um mesmo condomínio de apartamentos, o que ajudou na forte conexão familiar.


HORA DE PENSAR A SUCESSÃO

Com o passar dos anos, Luiz começou a alertar os irmãos sobre um ponto impossível de ignorar: ninguém é imortal. “E também fomos ficando mais turrões, o que não é o ideal”, comenta Ribamar. “Só pensamos em sucessão por causa do Luiz, que é o mais velho e viu antes a necessidade de estruturar a governança”, diz Wilson.


Um diferencial dos irmãos, como fundadores, era que as decisões sempre haviam sido tomadas em colegiado, mesmo com cada um deles tendo uma especialidade na empresa, numa cultura de diálogo e alinhamento. A entrada de Bruno Bassi, o primeiro da 2a geração, no negócio, nos anos 2000, trouxe um alerta importante: era preciso cuidar da continuidade, pois a sinergia dos irmãos poderia não se repetir entre os mais novos. “Claro que eles se dão muito bem, mas o Luiz cutucou a gente para colocar no papel regras e acordos que deixassem tudo muito claro”, comenta Wilson.


“Passamos uns 40 anos nessa dinâmica de um entrar na área do outro e discutir as coisas”, diz Luiz. “Como isso funcionou, por muito tempo não pensamos em Conselho ou em governança, mas estruturar a sucessão foi ficando cada vez mais importante”, conta.


Em 2012, começou o processo de construção de regras societárias e de governança executiva. Dois anos depois, começou um processo formal de sucessão executiva, com a preparação de Bruno Bassi, filho de Ribamar. Ainda em 2014, os três fundadores, juntamente com um conselheiro externo, instituíram o Conselho Consultivo para formalizar a discussão de ideias e os encaminhamentos. “Por incrível que pareça, aderimos mais fácil às ideias de fora. Quando um dos irmãos propõe algo, o debate é muito mais intenso”, conta Luiz.


No início de 2020, com os fundadores acima dos 60 anos, e em plena pandemia, foi abordado o desenvolvimento do projeto de vida não apenas dos fundadores, mas também da 2a geração, em um momento de pensar o que cada um queria, como pano de fundo para a transição. A nova geração também passou a ter um grupo de trabalho para debater temas importantes para eles nas esferas familiar, societária e executiva, e foi escrito um código de comportamento para formalizar atitudes na família empresária.


A pandemia acabou sendo o empurrão que faltava para formalizar o processo de sucessão executiva. Com o isolamento social, os fundadores não poderiam mais comparecer à empresa, e a liderança acabou sendo exercida por Bruno. Ao final de 2020, estava claro que a sucessão executiva poderia ocorrer com tranquilidade. No ano seguinte, todos os membros da 2a geração assumiram novas responsabilidades, alguns na gestão e outros vinculados à governança, como resultado da revisão de seus projetos de vida. Na estrutura de governança, o Conselho Consultivo ganhou mais um membro independente, e foram instituí-dos comitês de assessoramento.


Ao completar 50 anos, o Grupo Açotubo continua reforçando suas estruturas de governança, visível e invisível. Para este ano, existe a expectativa de finalização da revisão do acordo de acionistas, agora com a presença dos membros da 2a geração. Um sinal claro de que a transição vem acontecendo em todas as esferas, de forma decidida, mas bastante pé no chão. Como está no DNA da família empresária.

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