O brilho da governança - famílias empresárias Manchon e Martins trilham juntas o caminho do crescimento da Rommanel e estruturam futuro de união.
Atuando no setor joalheiro desde os anos 70, Antonio Carlos Manchon e Antonio Carlos Martins, tio e sobrinho, fundaram com outros dois sócios, em 1986, a Rommanel. A ideia era ocupar um espaço entre as bijuterias e as joias de ouro maciço. “Nascemos no ano do Plano Cruzado, então sempre fomos forjados por situações desafiadoras”, comenta Martins, hoje diretor-geral da Rommanel.
A empresa foi uma das primeiras a trabalhar o conceito de marca no setor e buscou, desde o início, parceiros locais para a distribuição dos produtos. “Nosso negócio era fazer joia e não operar loja. Entendemos isso desde cedo e foi muito bom para definir nossa identidade”, conta.
Em 2001, os dois outros sócios deixaram o negócio, Manchon e Martins se mantiveram unidos, com perfis diferentes, mas complementares, unidos pelo mesmo propósito. Foi um momento de rever o sonho inicial. “Sempre quisemos ter uma em-presa perene, com olhar humano, que desse lucro e transformasse vidas. E buscamos parceiros de negócios que pudessem com-partilhar esse sentimento”, explica Martins.
Valores como união, paixão, ousadia e empreendedorismo, aliados à experiência com o negócio, reforçaram a importância de ter uma governança bem estruturada. “Foi ficando cada vez mais claro que família e negócio são diferentes e devem andarem paralelo, com harmonia. As questões de família devem se restringir à família e a empresa precisa ter uma gestão profissional e saúde financeira”, comenta Martins.
Embora eles já tivessem o princípio de separação entre família, sociedade e gestão, na prática nada estava estruturado. “Faltava formalizar nossa visão”, lembra. O trabalho de desenvolvimento da governança começou em 2018, com a criação dos primeiros encontros reunindo as famílias, planejando o futuro e estruturando os projetos de vida da segunda geração. As famílias passaram a realizar reuniões regulares, atualizando a todos como acionistas, debatendo resultados e planos estratégicos.
A importância de pensar o negócio e a sociedade com independência ficou ainda mais clara quando, em 2019, Antonio Carlos Manchon faleceu. Seus filhos André e Eduardo, além de Fabiana, filha de Martins, vinham sendo preparados e participavam de comitês que discutiam questões do dia a dia do negócio. Hoje os três são diretores da empresa e compõem o comitê executivo, respondendo diretamente ao diretor-geral.
“Meu pai e o Martins tomavam todas as decisões em todas as instâncias de gestão e sociedade”, conta André Manchon, diretor industrial da Rommanel. “A preocupação com a perenidade do negócio impulsionou a governança”, acrescenta.
Nos próximos anos, a governança familiar, societária e corporativa será totalmente desenvolvida, com a criação de um Conselho de Administração e um Conselho de Acionistas. “As regras de participação ainda não estão assentadas, mas sabemos o caminho que devemos seguir para perenizar o negócio”, diz Martins.
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