No ano de 2000, quatro pesquisadores, de distintas partes do mundo, se dedicaram a pergunta: Há quanto tempo se iniciou o campo de estudos da empresa familiar? E assim, mapearam globalmente os marcos dessa história.
A pesquisa organizou 130 marcos relevantes no campo de empresas familiares, em todo o mundo, para compreender o desenvolvimento do tema. Embora existam há séculos e sejam a força motriz por trás de boa parte das principais economias do mundo, só na década de 1950 é que as empresas familiares começaram a despertar o interesse dos estudiosos. Foi a partir de 1953, com a publicação de uma tese de doutorado intitulada “Some management problems of the small family controlled manufacturing business” (em tradução livre, “Alguns problemas de gestão de pequenas indústrias controladas por famílias”), apresentada por Grant H. Calder, na Indiana University, nos Estados Unidos, que o assunto começou a ganhar os holofotes.
O levantamento mostra que a tese de Calder foi o pontapé inicial para uma série de outros artigos e estudos relacionados a negócios familiares.
Também indica que se passaram outros 22 anos até que surgisse a Bernhoeft Consultoria, no Brasil. Fundada por Renato Bernhoeft, em 1975 e reconhecida, pela pesquisa, como a primeira consultoria do mundo, dedicada especialmente às empresas familiares.
Em uma de nossas edições anteriores da Revista Gerações, tivemos a oportunidade de entrevistar Joseph H. Astrachan, um dos quatro pesquisadores, que mencionamos acima.
Segundo ele, as consultorias podem contribuir de diversas maneiras para a evolução dos negócios familiares. Em primeiro lugar, diz o especialista, elas podem ajudar a identificar problemas e ameaças à continuidade, já que estão na linha de frente do trabalho com empresas familiares. Além disso, Astrachan afirma que elas podem usar a experiência e o conhecimento para determinar que abordagens e soluções merecem ser estudadas e mapear processos de transição e crises previsíveis.
“As consultorias especializadas em empresas familiares ainda podem identificar e explorar práticas que necessitam ser reforçadas ou mudadas, podem apresentar casos de sucesso ou insucesso para ampliar a compreensão sobre a continuidade e têm o potencial de entregar educação em consultoria e outros contextos para os líderes, gestores e sócios das empresas familiares”, defende.
Astrachan completa o tema da importância das consultorias relacionando a sua atuação como suporte ao desenvolvimento de projetos educacionais. Ele, afirma que elas têm um papel crucial na identificação dos temas que demandam educação e pesquisa, bem como na entrega dos programas de educação. “Essas consultorias não apenas estão em contato contínuo com as famílias empresárias, como também representam um recurso para confiança de seus gestores”, explica.
Em 2020, celebramos 45 anos de existência, e com nossa história, reafirmamos nosso propósito: transformar empresas familiares em famílias empresárias.
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