Uma cirurgia no ombro fez com que Daniel Ferraz, sócio da segunda geração e executivo da Real Guindastes, redescobrisse o prazer de andar de bicicleta
Como quase todas as crianças de sua geração, Daniel Ferraz, um dos sócios da segunda geração da Real Guindastes, sempre teve bicicleta. Como morava em um bairro tranquilo, a magrela era meio de diversão e também meio de transporte, usada para desbravar as ruas do bairro.
Com 23 anos, as duas rodas ganharam motor. Apaixonado por motos, Daniel passou a dedicar-se às trilhas, o que fez até os 28 anos, quando o rompimento de um ligamento o levou a fazer uma cirurgia no ombro. Sem poder pilotar, redescobriu sua velha amiga e voltou a pedalar. “O prazer foi substituindo o que eu sentia quando andava de moto, tanto que um dia se sobrepôs e, quando pude voltar a andar de moto, não voltei”, conta.
Continuou na bicicleta. Primeiro com passeios no asfalto, depois na estrada, depois nas estradas de terra. “Fui aumentando as distâncias e a dificuldade, migrando para a terra. A primeira vez que andei dez quilômetros depois da cirurgia foi um marco”, lembra. Daí para distâncias cada vez maiores, foi um pulo.
Tirando proveito das trilhas que cercam sua cidade, Belo Horizonte (MG), Daniel começou a desbravá-las e a estabelecer metas cada vez maiores. Ele lembra (que, quando) a conquista dos 50 km (foi), outro marco e que, aos poucos, seus amigos também começaram a acompanha-lo. A evolução era grande e trazia com ela outro desafio: participar de um Iron Biker.
“Eu achava a competição sobrenatural, mas comecei a me informar e a continuar aumentando minhas distâncias. Com isso comecei a achar que era uma meta possível”, diz. Em 2011, ele participou, junto com sua namorada, de seu primeiro Iron Biker, categoria dupla mista. Conseguiu completar a prova de 80 km (50 km no primeiro dia e 30 km no segundo dia).
Em 2012, um amigo o convidou para uma ultramaratona no Canadá, uma prova de sete dias. Daniel aceitou, treinou e completou uma prova que, para o nível técnico e de preparo físico que ele tinha na época, foi duríssima. Em 2013 repetiu a dose, agora ainda mais preparado, e terminou a prova com sobra. “Me consolidei como um biker de nível”, diz.
Em sua trajetória, Daniel já realizou algumas ultramaratonas de sete dias de duração. “Andar de bike para mim é um hobby e não me imagino não fazendo isso”, afirma. Mais uma vez, os benefícios vão além do preparo físico e saúde.
“Pedalar cuida da minha cabeça, me dá uma sensação única”, afirma Daniel, lembrando que a prática esportiva o deixa mais centrado para o dia a dia. Isso, por exemplo, o ajuda a eliminar o stress causado pelo trabalho e a assimilar desafios e conquistas.
“Uma coisa é pedalar por diversão, outra é treinar. É preciso acima de tudo ser disciplinado, pois o esporte exige muito e muitas vezes chegamos próximo dos nossos limites. Treinar envolve muitas vezes, fazer o que o corpo não está pedindo, mas o que a cabeça determina. Várias vezes é preciso sair da zona de conforto e fazer o que é preciso”, ressalta.
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