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Docol | LÍQUIDO E CERTO

Valores cultivados desde a fundação pautam crescimento de indústria catarinense que atravessa fronteiras internacionais


A marca Docol está presente em 40 países e cinco continentes. Um patamar bem expressivo para uma empresa que começou em um barracão de madeira em Jaraguá do Sul (SC). O nome resulta da união dos sobrenomes dos fundadores: os irmãos Edmundo e Egon Doubrawa e o cunhado Amandus Colin, que deixou a sociedade ainda nos primórdios.


Com espírito expansionista, a primeira geração costurou parcerias internacionais que resultaram em produtos de alta qualidade. Em 1988, Edmundo, vitimado por um derrame, passou a presidência ao filho Ingo. A escolha foi tida como natural. Após um período de trabalho na Alemanha, ele já exercia a direção geral e o sócio Egon não teve filhos.


A preservação do meio ambiente sempre foi um aspecto marcante da empresa. “Lançamos os produtos economizadores de água e até hoje fazemos muitas campanhas educativas”, conta Vanessa Doubrawa Bertani, da terceira geração, única filha de Ingo e Claudete. A transmissão de valores, segundo ela, se dá principalmente pelo exemplo, através das gerações. Nos últimos cinco anos, houve um reforço. “Fizemos um trabalho para tornarmos mais formal a transmissão dos valores para toda a equipe”, conta.


Ingo comandou a empresa até 2016, após um planejamento iniciado em 2010, com reuniões regulares de família e o desenho do projeto de vida de cada membro. Durante a transição, Vanessa, que havia atuado em auditoria e RH, passou a desempenhar o papel de sócia. Já Guilherme Bertani, marido de Vanessa, parceiro de Ingo na gestão e com 20 anos de casa, em 2016 deixou a diretoria comercial e passou para a direção geral, como um passo para a futura presidência, ocupada por Ingo.


Ingo permaneceu envolvido nas decisões estratégicas até seu falecimento repentino em 2017. Com a nova configuração, Vanessa e Guilherme se tornaram as principais lideranças. Ela representa o olhar do acionista e ele, a gestão. O casal decidiu instituir um fórum para debates estratégicos.


Em 2019, foi criado o Comitê Estratégico, composto por quatro membros independentes, além de Vanessa e Guilherme. “Hoje ele funciona como um conselho consultivo, muito focado em estratégia. Trouxemos pessoas de ramos diferentes, com um olhar de fora e outras referências, o que propicia uma oxigenação nas ideias”, observa. O exercício equivale a um Conselho de Administração, com a intenção de que o órgão se formalize nos próximos dez anos.


Na família, existem reuniões regulares de prestação de contas, com a participação de Claudete, mãe de Vanessa, instituindo as práticas de governança familiar. Na perspectiva da continuidade, os dois integrantes da quarta geração, apesar da pouca idade (11 e 8 anos), já contam com visitas a feiras do setor em seus “minicurrículos”.



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